24/01/2009

COLECTÂNEA - IV

Pelas Edições Orpheu, na III Antologia de Prosa Poética Contemporânea, de 1991, fez sair dois textos, ao lado de outros 42 autores. A coordenação desta publicação coube a Ângelo Rodrigues.
Leiamos parte de um dos trabalhos intitulado Aventura Duriense:

Um mapa ilustrado debate-se desde Miranda do Douro até ao mar; todavia, a meio do caminho, já obedecem outros mostos. O vinho tenta-se num grau excelente e dificilmente a opinião pode ser mudada no corredor das gerações. E há sempre um penhasco rochoso impossível. No entanto, são as encostas, o valado, a cepa, o cacho, o lagar, a pipa, a garrafa e o cálice, o texto das ideias.
Aqui marcaram presença braços vindos da Galiza num quando azul distante. No calendário que dispomos destaca-se a efervescência britânica. Agora floresce uma presença de Espanha. finalmente, surge arremetida nipónica. Desta forma, relata-se a comitiva do tempo.
Nem tudo aparece na  convicção dos adubos, no domínio dos herbicidas no êxito dos sulfatos e nas ambições do enxofre. A audácia vale o socalco.
De acordo com o testamento o carro de bois torna-se primogénito. Duma autenticidade nativa desliza o rabelo pelos intervalos do sonho. Como o próximo navio nascerá daqui a várias luas os éditos vigorosos possuem o nome de cisternas. E o caminho-de-ferro manifesta a sua importância.
Qual será a filoxera na composição do presente? Ninguém sabe! De qualquer modo circunda o prelúdio de um desenvolvimento.

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