26/02/2021

Antologia do Prémio Nacional de Poesia de Vila Nova de Fânzeres

No ano de 2020, integrei mais uma antologia, conjuntamente com 30 poetas que venceram ou foram distinguidos com Menção Honrosa, nas Edições do Prémio Nacional de Poesia de  Vila Nova de Fânzeres.

Desta obra intitulada  30 Anos de Poesia, apresento o meu poema, retirado do livro editado em 2005,  Rios do Interior:



Descobriram a luminosidade das palavras,

a dimensão dos verbos, o segredo das rimas.

 

Tão distantes como ágeis repetiram uma a uma,

ao ritmo do coração, todas as metáforas.

 

Tinham chegado, com todos os sentidos, à noite

e assim fizeram versos de repente.


 
Esta obra com uma lindíssima capa, que amanhã vai ser apresentada 
online, para esta cerimónia cultural estarão, na Biblioteca Municipal de Fânzeres, os membros da Junta de Freguesia e, pela Elefante Editores, Nunes Carneiro.

22/01/2021

Imprecisões

O mais recente conjunto de poesias  que foi contemplado com Menção Honrosa tem por título Imprecisões, em 2019, no Prémio Literário João da Silva Correia. E desse poemário  retirei a primeira e o última poesia:

 I

O meu bisavô herdou uma courela

e junto ao ribeiro plantou teixos e freixos

com que fazia as socas os tamancos

e sonhos para serenar a alma.

 

O meu avô quando lhe legaram estas terras

acrescentou vários castanheiros

e com a sua madeira fez as portas

os móveis da casa

e muitos filhos que lhe enchiam a alma.


O meu pai quando recebeu esta leira                                                            

fez uma casa nova e acrescentou nogueiras

substituiu as árvores que não davam frutos

e comprou mais terras contíguas

para acalmar a alma.

 

E enquanto eu espero ser este legado

vou fazendo novos poemas

para acrescentar à alma.


 XXXVIII

Disse ao Senhor que corpo estava exausto                                                                                               

depois que acendi todos estes versos

e os tomei como meus.

 

Proferi ainda que os batimentos                                                                   

já não eram iguais aos que alcancei na última invernia                                                  

nem o timbre da voz com que lia era o mesmo.                                                                     

Até a alma se alterou com o calor dos outros rios.

 

Acrescentei depois o doce vinho que lhes dei

já não produziu aquele estalido nobre

com que procurei marcar sempre a minha vida

no enrodilhado desta terra.                                        

O júri foi constituído pelo ex-ministro da Cultura, escritor, poeta e ficcionista Luís Filipe Castro Mendes, pelo poeta José Fanha e pelo editor António Baptista Lopes, o júri apreciou mais de 40 obras. O prémio ("Manhãs do Mundo" de Nuno Figueiredo),  e as menções honrosas (“Uma casa de papel onde morar”, de Nuno Garcia Lopes, “A qual fonte o sol regressa”, de Luís Aguiar, “Os contentores não cabem em caravelas”, de Ana Maria Carvalho Pinheiro Vieira, “Eras o cervo que fugia depois de haver-me ferido”, de Fernando Manuel da Cruz Cabrita) foram entregue em outubro deste ano, no âmbito das comemorações da Emancipação Concelhia de S. João da Madeira.

17/06/2015

AUTOBIOGRAFIA

José Manuel Teixeira nasceu aos 18 de Abril de 1957, em Luanda - ANGOLA.
Com o rebentar da Guerra Colonial, vem para Portugal, iniciando os estudos em Alijó, no ano seguinte.
Em 1962, no dia 10 de Junho (Dia de Portugal), salva de morrer afogado num tanque que ficava contíguo ao recreio da escola, o pequeno Luís Silva, de cinco anos, por este feito, é candidato ao Prémio Valeflor.
Regressando a Angola e vai estudar para Quibaxe (Quanza Norte), onde frequenta o 2º Ano, do Ciclo Preparatório. Aqui, arrecada dois prémios em jogos florais, um na modalidade de Poesia e outro na de Desenho.
Continua os estudos em Luanda, onde ficará até 1974. Neste ano conhece pessoalmente o poeta Agostinho Neto. Mas devido à Guerra Civil, que envolveu os partidos angolanos da UNITA, MPLA e FNLA, volta para Portugal. Manteve, entretanto, correspondência com D. Franklim (Arcebispo de Saurimo), já falecido em Cabinda, sua terra natal.
Sem certificado de habilitações, propõe-se fazer o exame do 5º Ano, na Liceu Camilo Castelo Branco, em Vila Real. E, é nesta cidade, que continua os estudos ao inscrever-se no 1º Ano Complementar dos Liceus. Simultaneamente, recomeça a sua participação em jogos florais, arrecadando um segundo prémio nos II Jogos Florais do Alto Douro, na modalidade poesia Livre. Já em 1981, obtem o segundo Prémio, nos 2º Jogos Florais de Vila Real, com um poema. Entretanto, aventura-se a publicar poesia no semanário "A Voz de Trás-os-Montes" e passa, também, a colaborar no mensário "Nordeste Cultural", publicando o trabalho "Usos e Costumes de Favaios", distinguido nos Jogos Florais do Centro Cultural de Vila Real.
Torna-se o associado 123 da AHBVF (Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Favaios). E, durante vários anos, integra a lista da Direção, como vogal, função que assumirá até 2002. Atualmente, é apenas associado da AHBVF com o cartão nº 63,
Entra para o Grupo de Teatro Amador de Favaios. Mais tarde fundou "A Muralha" - Grupo de Teatro Amador, no qual trabalha como ator e encenador. Pôs em cena o "Frei Luís de Sousa" de Almeida Garret, com a colaboração de ator Leandro Vale, já falecido; "Terra Firme", de Miguel Torga; "O Crispim o Grilo Mágico", peça infantil de António Pires Cabral, . No ano de 1982, participa na "Université International d' Eté, sobre o tema "Le Corps et son Espave", em Marly-le Roi (França).
Com a chancela da Universidade dos Açores, em 1984, integra a coletânea de poemas Carrocel de Nós. Esporadicamente, publica trabalhos no diário "Açoriano Oriental". Nesta altura consegue um primeiro Prémio ( II Jogos Florais de Vila Franca do Campo)e uma Menção Honra (Concurso de Prosa e Poesia do Conselho da Ilha de São Miguel - 1987), nos Jogos Florais de Vila Franca do Campo. Lecionou na Escola Preparatória Gaspar Frutuoso (Ribeira Grande), na Escola Preparatória Roberto Ivens, na Escola Preparatória Canto da Maia (ambas de Ponta Delgada) e realiza o estágio-integrado na Escola Preparatória dos Arrifes (Ilha de São Miguel) concluindo a licenciatura em História e Ciências Sociais, pela Universidade dos Açores. Faz a agregação na Escola Preparatória João de Meira (Guimarães).
No ano letivo de 1989/1990, é Professor do Quadro de Nomeação Definitiva, na Escola Preparatória de Caldas de Vizela, onde desempenhou os cargos de Diretor de Instalações e de Delegado de Português. Por esta altura passa a escrever, com alguma regularidade, no "Jornal de Vizela", . Integrou, em 1981, a III Antologia de Prosa Poética Contemporânea, da Edições Orpheu. Em 1993, organiza e prefacia a Antologia de Poesia Infanto-juvenil, editado pela Associação de Pais da Escola Preparatória de Caldas de Vizela. No mesmo ano, vê a sua poesia publicada na "Antologia de Autores Vimaranenses", editada pela Livraria Ideal. E, por esta altura, é agraciado com o "2º Premio no Certame Literário Galego-Português "Camiño Portugués" (Padrón de Ouro), com Dezasseis Poemas de Circunstância que seria publicado em 2002, em edição de autor.
Filia-se no Grupo de Xadrez do CAR (Centro de Arte e Recreio), tornando-se federado com o número 11432. Dois anos depois, faz parte do grupo fundador do Grupo de Xadrez de Guimarães.
Passa a lecionar , no ano escolar de 1993/1994, na Escola EB 2/3 D. Afonso Henriques (Guimarães), onde já assumiu os cargos de Diretor de Turma, Delegado de História e Geografia de Portugal e de Coordenador do Departamento de Ciências Sociais e Humanas. É também professor responsável do Grupo de Xadrez Afonsino, que fundou em 1998. Integra os quadros da Associação De Xadrez do Distrito de Braga, como Vogal.
No Concurso Poético Maré Vida Mar Amargo viu premiados três conjuntos de poemas, com o 1º Prémio (1995), com o 2º Premio (1996) e com Menção Honrosa (1997), promovido pela Câmara Municipal de Sesimbra. Pelo livro Penumbras da Memória, é agraciado com uma Menção Honrosa, no "Prémio Nacional de Poesia Maria Lamas", patrocinado pela Câmara Municipal de Torres Novas, em 1996.
No ano seguinte, recebe o "Premio Literário 25 de Abril", pelo livro Estações Incompletas, promovido pela Junta de Freguesia de Paio Pires (Seixal). O livro Impulso Fechado é distinguido com Menção Honrosa, no "Prémio Nacional de Poesia Maria Lamas".Obtem outra menção honrosa no "Premio de Poesia Raúl de Carvalho", com o livro Fascínios do Infinito, patrocinado pela Câmara Municipal do Alvito.
Em 1999, foi agraciado com o "XVIII Prémio de Poesía Cidade de Ourense", com o livro O Mosto e as Fragas, editado pela Espiral Maior, no ano seguinte. Em 2000, faz parte do júri do XIX Premio cidade de Ourense, com António Manuel Pires Cabral, Xoán António Outeriño Muñoz, Miguel Anxo-Vello, que determinou a obra "Elegias do Camba", do Xosé Loís Rúa Núnez, vencedora.
Com Variantes do Olhar arrecada uma menção Honrosa no Premio Nacional de Poesia Guerra Junqueiro, promovido pela Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, em 2001..
Concluiu a pós-graduação em Património e Turismo, em 2001, pela Universidade do Minho.
Publica, integrado no "Dicionários dos Mais Ilustres Transmontanos e Alto-Durienses", que é dirigido por Barroso da Fonte, um trabalho monográfico "Alijó", em 2002.
A convite do escritor Jorge Laiginhas, em 2004, fez a apresentação de "Caminho", estreia em poesia do favaiense José Máximo.
Com o Rios do Interior vence o "XVI Prémio Nacional de Poesia de Vila Nova de Fânzeres", em 2005.
Participa no Torneio Aberto de Outono de 2005, faz um bloco FIDE de 1653 ELO.
Em 2006, integrou a coletânea de poesia intitulada Poetas de Sempre, com poemas distinguidos em vários Jogos Florais (Concurso Literário de Encontro Poético de Reguengos de Monsaraz, Jogos Florais da Costa da Caparica, IV Jogos Florais de Salva Terra de Magos, entre outros), publicada em Julho de 2006.
Foi também agraciado com 1º Prémio, nos XX Jogos Florais do Algarve (Silves, 1998) com "A Carta do Achamento das Sete Ilhas dos Açores por Diogo de Silves", nos I Jogos Florais de Clube de Tavira (na modalidade de conto); no Passatempo Literário "Persil-Continente" (1999); nos Jogos Florais "25 Anos de Abril", de Vila Nova da Barquinha; e, no Concurso de Quadras ao Carnaval de Ovar (2000).
No dia 1 de Dezembro de 2006, é feita a apresentação pública do livro de "Rios do Interior", edição da Junta de Freguesia da Vila de Fânzeres.
Em Janeiro de 2008, integrou a coletânea Douro leituras II - Antologia de textos sobre o Alto Douro, editado pelo Museu do Douro.

22/03/2015


No dia 21 de março de 2015, decorreu o lançamento da obra intitulada "Antologia de Poesia Contemporânea - Entre o sono e o sonho", editado pela Editora Chiado, da Break Media Group. Esta publicação contempla 700 poemas de igual número de autores.
Aqui está a poesia dessa belíssima publicação:

Este poema que vos ofereço foi produzido
com base nas palavras mais tradicionais
das variadas castas de alvarinho

A poesia é amadurecida
nas mãos e no lume da noite
de cor branca aloirada genuína
primorosamente adocicada de particularidades
apresentando-se equilibrada e persistente

Amadureceu a partir de versos retirados
nas ladeiras estendidas no olhar
Foi trabalhado com todos os recursos
para obter uma poesia de qualidade
Toma-se uma estrofe
e sente-se delicadamente frutada na boca

Sendo versátil para a alma
acompanha bem com um beijo um abraço
olhares de circunstância
e deve ser servido com cuidado
já que é um produto natural
que pode correr pelas artérias mais profundas.
 

21/03/2015

PENUMBRAS DA MEMÓRIA - Obra editada

O livro Penumbras da Memória, foi editado pela editora Poesia Fan Clube”, em Outubro de 2014. O lançamento desta obra ocorreu no dia 30 de Outubro de 2014, na  Biblioteca da Escola EB 2/3 D. Afonso Henriques.
Este original tinha arrebatado um Menção Honrosa no Prémio Nacional de Poesia Maria Lamas, em 1997.
Dele extrai-se esta poesia:

O homem acorda um dia triste
E leva-o para os socalcos
O Sol levanta-se depois

e o homem enquanto penteia os bardos
faz tranças verdes
até aonde o Sol se vai deitar

a geia escureceu
e é logo noite

como o homem está sem tempo
leva maçãs
e o resto dos valados
para casa

os filhos comem todas as maçãs
e a mulher  tira os valados das costas do homem
até ao alvorecer

07/07/2013

tempo de sempre

A obra "tempo de sempre" é uma extraordinária coletânea de José Salgado Almeida, constituída por fotografias, ilustrações e poesias, relacionadas com Guimarães de 2012, ano em que foi Cidade Capital Europeia da Cultura.
Neste livrinho, apresentado ao público em 6 de junho no salão nobre do Museu Martins Sarmento, encontramos um poema do autor deste blogue: ei-lo:

Trago-vos a veiga num braçado de versos
que sobem pelo verde silencioso
por um punhado de árvores
de recantos de alecrim de regatos
de suor  de chilreios e totens indistintos.

Mas quando a noite chega temos a panela com favas
alface roxa para duas tigelas de esmalte
três cebolas na saca  com couves galegas
framboesas para 4 taças de vidro
tomate para os vizinhos e para a ceia de arroz carolino
e tudo rendilhado no ombro exausto do cabo da enxada.